Tomar, a dos templários, Portugal

A quantidade de castelos que existem em Portugal impressiona, alguns um pouco mais do que ruínas restando somente paredes externas, outros, tão bem conservados e cuidados. Então, tinha que começar a conhecer parte deste legado na Península Ibérica, local que foi berço daquilo que daria origem ao nosso querido, cansado e maltratado Brasil.

No último quente dia de setembro, embarquei no comboio com destino a Tomar, saindo de Coimbra às 6h06 daquela manhã, trocando de comboio em Lamarosa às 7h56 para chegar na estação de Tomar às 8h47 de uma manhã ensolarada e quente! As notícias dizem que nunca houve um setembro tão quente como este, ou como dizem por aqui, “desde sempre”.

Sob um sol intenso, busquei encontrar ruas sombreadas por aprazíveis árvores. Subindo por uma dessas ruas, ao virar-me, deparo-me com a imagem do castelo de Tomar! Linda imagem, repetida à exaustão em filmes sobre a Idade Média. Aliás, antes de se tornar Tomar os romanos fundaram uma vila com o nome de Sellium. Depois houve as invasões muçulmanas cerca de 712 d.C., mas só a partir de 01 de março de 1160 com a construção do castelo pela Ordem do Templo (os famosos templários) a cidade inicia-se. O link é longo, mas foi o lugar que consegui as informações: http://www.cm-tomar.pt/index.php/pt/municipio/concelho/historia#:~:text=Com%20mais%20de%2030%20mil,dos%20respons%C3%A1veis%20pelo%20seu%20crescimento.

Há uma entrada principal que dá acesso ao castelo e ao convento, porém, entrei pelo parque, a Mata Nacional dos Sete Montes. E foi por aquelas alamedas, escadas de pedra e madeira, caminhos e trilhas que cheguei ao castelo.

O castelo constitui-se das paredes externas, mui grossas, com as ponteiras de observação e vigia, além, é claro, de proteção e defesa. Destas ponteiras, ou pequenas janelas, tem-se uma bela vista dos arredores, pois que o castelo encontra-se sobre uma colina. Internamente restam poucas estruturas, algumas fundações, alguns muros e paredes. Entretanto, o conjunto é extremamente belo e desconcertante pela paisagem que se usufrui por todos os lados.

Quis visitar o convento, mas havia pelo menos oito ônibus de turistas na minha frente, o que significa filas enormes … desisti. Andei pelos arredores do castelo, do convento, pelo aqueduto. Foi o suficiente e necessário para aquele momento tão quente. Enfrentar filas quilométricas de turbas de turistas apressados pelos horários curtos de seus passeios está longe do que penso fazer nestas visitas. Se for o caso, volto outra vez. É isso.

Ermida de Nossa Senhora da Conceição com bela vista da cidade que se derrama nas colinas.

A procura de um lugar calmo para almoçar, longe dos pontos mais visados pelos visitantes, encontrei o restaurante A Brasinha na rua dos Arcos, próximo da estação de comboios de Tomar. Comi uma picanha a brasileira muito boa. A melhor que comi até agora. Claro que não se compara com o nosso preparo, mas estava muito boa. E o calorão pedia uma boa cerveja.

Bem, depois de sanados os problemas alimentares e hídricos, andei mais um pouco pela cidade a fim de completar a digestão, antes de embarcar no comboio de volta para Coimbra dos chopais.

Madrid

Gosto de Madrid pelo calor da temperatura ambiente e daquele povo apaixonante! Que povo quente! Que maravilha! Faz-me pensar que nós, brasileiros, temos mais em comum com espanhóis do que propriamente com portugueses, tão recatados, tão fechados, tão “na deles”! Ao contrário, Espanha, Madrid aqui particularmente, é muito mais diversa, mais colorida, mais jovial, mais alegre, mais receptiva! Um pouquinho semelhante ao comportamento do brasileiro! A meu ver!

De Coimbra para Madrid há vários horários de autocarros (ônibus) pela Flixbus e Rede Expressos. A viagem dura por volta de 6 horas e o desembarque em Madrid se dá na Estación Sur de Autobuses, bem servida de transporte coletivo até os pontos mais centrais da cidade. Paguei 111 euros ida e volta. Uma boa caminhada refresca bastante o tempo enfiado no ônibus e, o que é pior, às vezes os carros não têm banheiro! De Madrid tive que esperar mais de 3 horas para uma parada com local que tivesse banheiro disponível, já quase na fronteira com Portugal. Achei bem estranho … e difícil!

Por ter chegado perto das 8 da manhã em Madrid, fui andando da Estación Sur em direção ao Hostal Benamar na Calle San Mateo (em média 1 hora caminhando), perto de tudo o que é interessante. Busquei acomodação pela Booking.com, tendo encontrado avaliações ótimas desse Hostal. Não posso deixar de comentar sobre isso, porque o lugar é muito acolhedor, muito confortável e o proprietário é muito simpático e agradável. Não estou a ganhar nada com isso, mas experimentem se hospedar no Benamar para confirmar a qualidade do lugar!

Segui pela Calle de Méndez Álvaro, passando pela formosa Estación de Atocha. Mais um pouco para encontrar o Real Jardin Botânico, já no fenomenal Paseo del Prado (um lugar fantástico, com bancos, fontes, muitas árvores, cafés e gente bonita), dando de cara com a Fuente de Neptuno, Museo Thyssen-Bornemisza, Museo Naval e a bela Fuente de Cibeles. Só esse trajeto já enche os olhos e apazigua a alma, por ser expectador de imagens de grande impacto. Amo Madrid, amo andar perdido por aquelas calles! A caminhada foi útil e revigorante. Aproveitei para comprar algumas comidas e bebidas antes de aportar no Benamar.

Bem acomodado, tirei uma soneca para partir ao Toma Jamón, na Plaza Pedro Zerolo, pertinho do Benamar, restaurante que estive várias vezes em anos passados. Tapas, jamón, rabo de toro, cerveja gelada! Era tudo o que queria. Infelizmente, as mudanças ocorrem e o atendimento já não era o mesmo comparado com anteriormente. Mas curti!

Para fazer a digestão dos jamóns nada como uma deliciosa caminhada pelos arredores da Gran Via, Fuente de Cibeles, Calle de Alcalá e por aí vai … Para o dia seguinte, revisitar o Palácio e La Almudena! Fica para o próximo post … até lá!

Viagens ao interior sem fronteiras

Escrevi alguns poemas bem modernosos, sem rima, sem métrica, sem nada, apenas o que sentia em cada momento dessa vida! Está disponível na Amazon de 17 a 21 de setembro gratuitamente. Acessem, baixem, leiam … ajudem a consolidar uma veia de escritor, colaborem, cooperem … leiam.

Espero que possam gostar e dar-me retornos sobre o que acharam. Assim, poderei dar continuidade ao ciclo, que nunca se acaba, sempre se renova.

Obrigado! Acessem! Está em promoção!

Paris

Uma das razões que me incentivaram a tentar nova vida em terras portuguesas foi, sem dúvida, a proximidade e a facilidade das viagens entre os diversos países e culturas. Antes, no Brasil, programava minhas férias sempre para a primavera no hemisfério norte, por conta das temperaturas agradáveis (nem sempre, pois a Espanha pode se transformar num forno nesta época), do ainda baixo movimento de turistas (turbas ensandecidas em qualquer cidade no verão) e, claro, pelos preços mais em conta. Então, uma vez por ano! E só!

Portugal abre as portas para conhecermos e desfrutarmos a Europa, velho sonho de muitos!

Já havia estado em Paris algumas vezes ao longo dos anos. E decidi que minha primeira viagem a partir de Coimbra teria que ser para a Cidade Luz. Com o espírito de pesquisador, fui atrás dos melhores preços em passagens aéreas! Deu easyJet, na cabeça. E lá fui eu desfrutar das margens do Sena num belo e quente mês de junho!

Falar que Paris é linda, é redundância, é pleonasmo, é chover no molhado. A cidade é fonte da história da civilização, seus prédios irradiam história, conhecimento e cultura em cada tijolo. O Sena é testemunha de tantos atos e fatos marcantes, a perder a conta! Só caminhar nas vielas, becos e boulevards dos arrondissement é imperdível, é sensacional. Deparar-se com a Notre-Dame, a Eiffel, o Louvre, as Tulheries, mesmo as Galeries Lafayette, é bem contundente!

Do Porto para Paris, minha opção foi por descer em Orly em vez do Charles de Gaulle. E foi muito fácil chegar até meu destino nas proximidades da Gare du Nord. Orlyval, trem que faz a ligação do aeroporto com o metrô e RER, sai de Orly até a estação Antony e, no meu caso, muito simples em Antony pegar o RER C com destino a Gare du Nord. Na verdade achei por demais cômodo e fácil. E rápido …

Os arredores da Gare du Nord podem causar um certo medo, por parecer uma região bem diferente da vivenciada na Rive Gauche. Mas nada de anormal, perigoso, amedrontador, apenas dezenas de pessoas – não consigo distinguir quais as origens – circulam noite e dia pelo entorno da estação. Medo, sim! Mas nada problemático!

Sem contar que o canal Saint-Martin fica nas proximidades, com suas margens repletas de bares, restaurantes e cafés lotados de jovens bonitos e descomplicados.

Mas não existe nada mais fantástico do que caminhar por aquelas ruelas estreitas, com intenso movimento de ciclistas e automóveis. Uma sensação soberba. E ainda, andar, andar e andar e sair nas margens do Sena. Inesquecível e atordoador sentimento!

Is Paris burning? Creio que em junho, sim! Paris arde ao calor do verão! Por isso, sentar nos inúmeros lugares disponíveis com árvores, jardins, plantas, esculturas, quadras de esportes, pode ser um oásis de frescor!

Paris é uma festa!

Estamos em Versailles

Um velho pavilhão de caça de Luís XIII foi transformado e ampliado por seu filho, Luís XIV, o Rei Sol, quando em 1682 instalou as cortes e o governo da França no que hoje é o belíssimo e estonteante Palácio de Versailles. Hoje, o Palácio conta com 2300 salas! Muitos palácios da Europa usaram Versailles como fonte de inspiração e modelo.

A Revolução Francesa em 1789 depôs e obrigou Luís XVI a abandonar Versailles, indo para Paris, onde seria decapitado em 1792. O Palácio foi transformado em Museu da História da França a partir de 1837 por ordem do rei Luís Filipe.

O Salão dos Espelhos é o lugar preferido dos turistas para as fotos, as salas ficam atulhadas de gentes de todas as cores, vozes e sons.

Os aposentos de Maria Antonieta, esposa de Luís XVI, guilhotinada em 1793, têm algo de misterioso pela existência da passagem secreta por onde a rainha conseguiu escapar aos algozes da Revolução.

Os tetos de algumas salas são de tirar o fôlego pela beleza do trabalho artístico, e posso estar cometendo uma heresia, mas só vi painéis tão belos na Capela Sistina!

As obras de arte preenchem e se espalham por paredes, corredores, escadarias, deixando-nos impregnados de admiração pela beleza de cada item apreciado. Banho único de imersão cultural!

O conjunto arquitetônico de Versailles é belíssimo e impressionante pela grandiosidade do sítio. Esplendor, magia, encanto, deslumbramento … palavras, às vezes, não conseguem transmitir a visão do que se nos apresenta.

Os jardins, alamedas, fontes, espelhos d´água são, da mesma forma, impressionantes pela beleza comovente. Entendo perfeitamente, agora, porque Versailles sempre foi copiado pela Europa …

Informações obtidas junto ao site oficial: https://en.chateauversailles.fr/discover/estate/palace

Versailles, França

O fascínio pelas construções e seus estilos arquitetônicos tais como palácios, castelos, mosteiros e catedrais só é maior que a vontade de desvendar e saber quem foram os moradores daqueles lugares muitas vezes opulentos e cegantes devido a tanto brilho, espelhos e ouros.

Muitos anos após minha primeira estada em Paris, embarquei no metrô na Gare du Nord em direção St. Michel Notre-Dame, ponto onde pegaria o RER C em direção a Versailles. Cerca de 40 minutos após, desci na Estação de trem Versailles Château – Rive Gauche, a poucos minutos de caminhada até ao Palácio. Saliento que as filas são imensas, pelo menos no verão. É conveniente comprar antecipadamente pela internet o ingresso de entrada nas dependências do enorme Versailles de acordo com os horários disponíveis. Comprei para às 15h30.

Como saí de Paris por volta das 10h, teria um bom tempo para caminhar, conhecer a cidade e almoçar tranquilamente. Num calor infernal, sol muito quente, andei em direção aos parques para encontrar uma boa sombra sob as árvores. Pièce d’Eau des Suisses foi o primeiro lugar que parei, caminhei em volta do lago, sentei-me caprichosamente sob a brisa verde das árvores.

A fome bateu e comecei a procurar um local agradável para almoçar. Como era cedo, as turbas insanas ainda não tinham se espalhado pela área. Encontrei o restaurante Le Coup d´Etat, numa travessa da Avenue de Sceaux, muito perto do portão de entrada do Palácio. Uma lasanha com uma boa salada e o vinho Bardolino Clássico me fizeram reviver os jantares de Maria Antonieta! E, então, senta mais um pouco nas aprazíveis ruas arborizadas, cheias de bancos, até o horário de entrada.

A entrada no Palácio de Versailles e suas suntuosas acomodações ficam para o próximo post!

Até mais!

Adorável Porto

Minhas primeiras viagens para Portugal sempre começaram pelo Porto! Somente depois de estar no Porto a conhecer suas ladeiras e escadarias, fui à Lisboa.

O Porto é especial, atrai a gente com uma força poderosa e inexplicável! Não sei se pela presença do Douro ou pelo vinho do Porto! Andar pela Ribeira, às margens do rio, em direção à Alfândega é um exercício de desvio das multidões que acorrem à cidade. Mas a caminhada é linda.

Sem falar da vista a partir das pontes e a partir de Vila Nova de Gaia. A espetacular vista deixa-nos sem fôlego, culpa das ladeiras e escadarias? Não, pois a beleza estonteante das vistas causa essa falta de ar de tão lindas. O casario nas margens do Douro revela-se de uma beleza contundente demais para não senti-la. Em alguns breves e fugazes momentos até é possível lembrar e comparar com o Pelourinho em Salvador, mas muito rapidamente.

O hall da Estação de Comboios São Bento é muito bonito. Filas aglomeram-se na tentativa de captar a beleza das famosa cenas em azulejos portugueses.

Apaixone-se pelo Porto, a Invicta!

Coimbra, ruas seguras

O que tem atraído muitos brasileiros a imigrarem para Portugal é a qualidade de vida e a segurança. Nestes 4 meses vivendo em Coimbra presenciei esta sensação de segurança, andando pelas ruas da cidade a qualquer horário do dia, da noite e mesmo na madrugada. Simplesmente segura, sem ameaças, assaltos, roubos, latrocínios que estamos tão acostumados a ver nas cidades do Brasil, Curitiba incluidíssima neste contexto de violência extrema.

Andar tranquilamente por estas ruas de cá, Coimbra, Porto, Lisboa, realmente não tem preço. Envolvente sensação de segurança e bem-estar.

Mosteiro de Santa Cruz, Coimbra

Coimbra tem a universidade mais antiga de Portugal e uma das mais antigas da Europa, desde 1290. A cidade vive praticamente em função das atividades acadêmicas e extra-acadêmicas. Em período de férias escolares (entre junho e setembro), Coimbra adormece em suas vielas, calçadas monumentais, ladeiras e mais subidas. Os estudantes parece que abandonam a cidade, indo para suas origens, sabe-se lá em qual cidade ou país. Também é o momento em que o turismo aquece a cidade, com muitos estrangeiros, e mesmo portugueses, esfalfando-se nas inúmeras ladeiras matadoras da urbe.

Na mais movimentada e turística rua de Coimbra, na Praça 8 de Maio, encontra-se o Mosteiro de Santa Cruz, fundado em 1131, dentre outros, pelo primeiro santo português, São Teotônio, com as bençãos e ajuda importante dos dois primeiros reis de Portugal, D. Afonso Henriques de Borgonha (Afonso I) e seu filho, D. Sancho I. Os restos mortais dos fundadores de Portugal encontram-se em túmulos no interior do Mosteiro, que também é panteão nacional.

Para os amantes da História é emocionante contemplar as páginas do passado ao percorrer as alas do Mosteiro, ver de perto as relíquias de santos e mártires, mas principalmente contemplar a serenidade da pedra esculpida onde descansam D. Afonso Henriques (reinou de 1143 a 1185) e D. Sancho I (reinou de 1185 a 1211). Do Condado Portucalense do início até Portugal de hoje, desenrolaram-se muitas batalhas e lutas e o Mosteiro está com sua imponente fachada, ao lado da Câmera Municipal de Coimbra, a relembrar a todos os meandros da história. D. Manuel I ordenou a restauração do Mosteiro a partir de 1507.

Coimbra guarda muita história, muitos monumentos. muitas escadas, muitas pessoas do mundo que vem para cá estudar. Tem sido um bom lugar para morar em Portugal!

Chegando em Coimbra, Portugal

Cheguei ao aeroporto Francisco Sá Caneiro no Porto numa bela sexta-feira, porém com alguma chuva. Do aeroporto fui de taxi para a estação Campanhã a fim de embarcar no comboio com direção a Coimbra e, por descuido, adquiri o ticket da Comboios de Portugal ainda no Brasil pela internet sem ter noção de qual estação descer. São 2 estações em Coimbra, uma mais central e Coimbra B, um pouco mais longe; desci nessa.

Ao descer já vi que o tempo estava preto, muita chuva rolou até chegar ao local de morada. O pior é que não houve maneira de fazer meu celular (telemóvel) funcionar para contatar com o responsável por me receber no prédio. Por e-mail já havia informado ao senhorio a hora de minha chegada. Entretanto, o voo da TAP Air Portugal chegou bem mais cedo do que o previsto. Resultado: corri para antecipar o horário que pegaria o comboio. Depois de muito penar, abaixo de chuva, saí da estação Coimbra B e de taxi fui para o meu novo lar pelos próximos meses.